quinta-feira, 27 de maio de 2010

Buscando novas marcas: 10km da Tribuna 2009

Após um primeiro ano de corridas colecionando medalhas na prova da Tribuna e na São Silvestre, iniciei 2009 com o objetivo de aumentar as distâncias percorridas e a velocidade média desenvolvida. E nada melhor do que correr novamente a prova da Tribuna para ver se eu conseguia aumentar a velocidade. Desta vez a meta era fazer em 50 minutos. Mas novamente uma gripe às vésperas da prova me fez rever os planos. Até porque em alguns treinos eu nem conseguia completar 10km. Na última semana porém, consegui realizar um último treino em menos de 57 minutos. Tomei para mim as palavras de César Cielo, no dia que levou a primeira medalha de ouro olímpica da natação brasileira: "Nem que eu tenha que sair carregado de lá, mas eu vou trazer esta medalha." No meu caso era apenas uma medalha de participação, mas depois de tudo o que aconteceu, terminar a prova já seria uma grande vitória.

Veio o dia da corrida, e novamente o calor da prova me anima. Desta vez na região de largada não havia mais um apresentador aos berros como no ano anterior, mas um bem mais comedido, que estava acima de tudo agradecendo à presença de todos os atletas, sem os quais obviamente a prova não existiria. A organização novamente impressiona: no túnel fazem um ambiente de balada, com luzes piscantes e música eletrônica, além das diversas bandas espalhadas pelo percurso. Na chegada à praia (km 8), um "chuveiro" da Sabesp para refrescar a galera. Já mais experiente, não me deixo contaminar pela euforia inicial e consigo imprimir meu próprio ritmo desde o começo. Também não peguei água durante a prova, pois sempre me acostumei a treinar assim. Além disso, acho que um dos erros cometidos na prova do ano anterior e também na São Silvestre foi justamente ter bebido muita água, o que me fez sentir "pesado".

Olho no relógio a cada quilômetro completado e vejo que estou mantendo um bom ritmo. Passo os primeiros 5km fazendo uma média incrível de 5 min/km. Começo a sentir um pouco de cansaço, mas faço de tudo para manter a mesma pegada. Nos 4 quilômetros seguintes a média cai para 5,25 min/km. Passo no km 9 com 46 minutos de prova. Tento dar um sprint final mas faltam energias. Pudera, estava com um ritmo forte desde o começo. Nesse momento vejo um cadeirante, muito cansado mas se esforçando para chegar (os cadeirantes largam com meia hora de vantagem, de modo que é raro encontrar um durante a prova). Isso me anima a aumentar o ritmo forte. Cruzo a linha de chegada e meu relógio marca o tempo de 50 minutos e 49 segundos. O tempo oficial foi de 50m51s. Fico impressionado! Em nenhum treino eu havia conseguido chegar nessa marca. É realmente muito gratificante receber a medalha e ver que fiz um excelente tempo.

Agradeço a todos que me incentivaram e me desejaram boa sorte nessa corrida. O apoio dos amigos e familiares com certeza foi fundamental. Finalizo este post com a frase de Lance Armstrong que diz tudo o que senti no dia dessa corrida: "Pain is temporary, quiting lasts forever!"

domingo, 23 de maio de 2010

Um sonho realizado: São Silvestre 2008

Desde pequeno que no dia 31 de dezembro acompanho a Corrida de São Silvestre. Até me lembro de quando eu era bem pequeno que a corrida ainda era disputada à noite (mas naquela época eu não ficava assistindo). Foram muitas tardes de 31 de dezembro acompanhando a corrida. Vendo pela tv não é tão emocionante assim, embora seja bem interessante ver o centro de São Paulo. Foram tantas as vezes que olhei que praticamente já sabia de cor todo o percurso. E quando pequeno eu sempre dizia: um dia ainda vou correr na São Silvestre!

Pois é, esse dia chegou. 31 de dezembro de 2008, Av. Paulista em São Paulo, 16h52min. Era dada a largada para 20 mil atletas na 84a. edição da Corrida de São Silvestre. E eu era um destes 20 mil. Não era minha primeira corrida, mas minha primeira participação na São Silvestre. Fico surpreso com a falta de organização no começo. Qualquer um podia entrar ali e largar e participar da corrida, mesmo que não ganhasse medalha depois. Muita gente ali no meio com certeza só com a intenção de aparecer na tv. Na largada a muvuca era grande. Não havia espaço para correr antes do cruzamento do tapete de largada. E mesmo depois disso, muita gente andando bem devagar, atrapalhando quem queria já começar imprimindo um ritmo. Pior: muita gente com faixas, só passeando. Como já era de se esperar. Muitos me falaram para dar um tchauzinho para as câmeras, mas a aglomeração era tanta onde havia uma câmera que acaba abrindo um corredor, pelo qual eu obviamente escolhia seguir.

Na Av. Paulista, como era de se esperar, muita gente acompanhando a corrida. Viro na Consolação e vejo que ainda tem muita gente assistindo. Nesse momento, ao contemplar toda a extensão da descida da Consolação, consigo ver melhor o que se passava: milhares de pessoas correndo com camisas das mais variadas cores, formando um belíssimo espetáculo visual, desses que fazem a gente ter certeza que corrida de rua é mesmo um barato. Chego na Ipiranga e depois ao Minhocão. Obviamente que em cima do viaduto não havia ninguém, pois todo o espaço era fechado aos corredores. Mas nos prédios vizinhos era enorme a quantidade de pessoas nas janelas acenando, soltando rojões, balançando bandeiras dos times de futebol da cidade de São Paulo, e é claro incentivando os atletas. Passado esse trecho chego à Av. Pacaembu e ao passar por um viaduto tomo um pouco de água e como um carboidrato em gel. Continuo pelas outras avenidas do centro, até o início da Av. Rio Branco, no km 10.

Nesse ponto eu já estava me sentindo cansado, pois haviam sido muitas as subidas e descidas, e pela falta de experiência (principalmente na largada), acabei forçando mais do que meu ritmo habitual. Basta ver que passei pelo km 10 com 59 minutos de corrida, e na prova plana da Tribuna em Santos em havia completado 10km em 1 hora. Decido afrouxar um pouco o ritmo, e continuo firme e forte pela Av. Rio Branco. Nesse ponto já vejo muitas pessoas caminhando, desistindo da corrida. Chamou-me a atenção um grupo de 4 amigos que estavam à beira da avenida vendo a corrida, cada qual com uma garrafa de cerveja na mão, e ficavam sempre brindando ao verem alguém cansado passar. Fiquei me perguntando se aquilo era inveja dos que tanto treinaram o ano todo, abriram mão de tanta coisa, e agora estavam ali participando da grande festa.

Começo a me preocupar se vou ter forças para a subida. Passo pela Praça Ramos de Azevedo, onde fica o Teatro Municipal, e depois pelo Viaduto do Chá. Nesse ponto olho para os lados e vejo, além da paisagem de metrópole com enormes prédios, nuvens muito negras. Fico pensando que ainda faltavam 3 km de subida e viria chuva no final. Contorno o Largo do Paissandú e eis que começa a tão famosa av. Brigadeiro Luiz Antonio.

Durante a subida aumenta a cada trecho o número de pessoas desistindo. Nesse ponto é muito grande a quantidade de gente incentivando para que ninguém páre de correr. Cansado, já nem consigo olhar para a frente, só olho para o chão. Mas em nenhum momento penso em parar para descansar. Vou subindo firme e forte, mesmo que devagar. Ao passar pelo km 14 tiro novas forças, pois era a certeza que estava acabando. Então vejo os prédios e os postes da Paulista, e a subida acaba. Era o fim! Dobro a esquina e vejo a linha de chegada lá na frente. A alegria era tão grande por saber que faltava pouco que esqueço todas as dores e ainda consigo tirar fôlego para dar um sprint final. Era a glória!

Terminei a corrida com 1h34m43s; chegando em 8795º lugar na corrida vencida pelo queniano James Kipsang. Mas cheguei! Não é nenhum tempo excepcional, mesmo para quem corre como lazer. Além disso, fiquei muito cansado com a prova. Após terminar, pegar o kit, voltar pra casa, tomar banho e comer, já eram 22hs e eu queria era dormir. Só fiquei acordado até meia-noite porque era Reveillon. Mas quando era 0h10 eu já estava na cama, hibernando até o meio-dia do dia 1 de janeiro.

De qualquer forma, o simples fato de ter participado da corrida, cruzado a linha de chegada e trazido a medalhinha para casa já foi mais que o suficiente para mim. Foi sem dúvida um dos dias mais felizes da minha vida. O sonho de criança estava finalmente realizado.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Uma estreia animadora: Os 10 km da Tribuna 2008

A prova dos 10 km da Tribuna FM é um evento que paralisa a cidade de Santos num domingo de manhã, sempre uma semana após o dia das mães. Quando falo desta prova tem muita gente que a desconhece, mas trata-se de uma das 5 maiores corridas de rua do país em número de participantes, e a maior de 10 km. Por ser uma prova ao nível do mar, plana, e com grandes retas, é um dos percursos mais rápidos na categoria, o que serve de grande motivação tanto para veteranos quando para iniciantes. Muitos grandes nomes do atletismo brasileiro, como Ronaldo da Costa, Vanderlei Cordeiro de Lima e Marílson Gomes dos Santos, já ganharam a prova. E mesmo corredores estrangeiros vêm à Baixada Santista para correr.

Pois bem, desde que morava em Santos tinha vontade de participar. Em 2000 e em 2001 um grupo de amigos do colégio competiu e até me chamaram, mas não consegui fazer um ritmo de treinos e desisti de correr. Mas prometi a mim mesmo que um dia participaria desta prova. Em 2007, após sofrer uma lesão no joelho jogando futebol, recebi a recomendação de começar a praticar algum esporte para fortalecer os músculos, e a sugestão que resolvi seguir foi a das corridas de rua. Foi assim que tudo começou.

Assim, resolvi unir o útil ao agradável, e logo comecei a me preparar para a prova dos 10km da Tribuna de 2008. A meta era simplesmente terminar a prova, se possível abaixo de 1 hora. Achava difícil atingir essa meta pois havia pegado um resfriado duas semanas antes da corrida, que me impossibilitou de treinar direito. No meu último treino, havia feito 9 km em 1h03m.

Meus amigos que haviam corrido em 2001 tinham me alertado pra chegar cedo, pois senão eu largaria no meio da muvuca e sequer conseguiria correr antes de chegar ao túnel no qual se encerra o km 1 da prova. Assim sendo, cheguei 40 minutos antes da largada. Pude ver diversas academias se aquecendo junto nos arredores da reta de largada. Mas, logo fui pra região da largada, e consegui um lugar bem perto ao prédio do jornal A Tribuna, local onde estava a barreira. Luciano Faccioli, um jornalista de Santos que trabalhou bastante na Tribuna, estava ali fazendo o papel de "Galvão Bueno", ou seja, falando um monte de besteiras pra animar o pessoal. Perguntava quem torcia pro Santos, pro São Paulo, pro Palmeiras, pro Corinthians, quem era dali de Santos, quem era de São Vicente, Praia Grande, Cubatão, São Paulo, interior, etc... Pontualmente às 9 horas foi dada a largada.

Dada a largada, acabei me animando um pouco com o ritmo do pessoal. Foi aí que percebi que quem chega cedo é porque não quer ser atrapalhado por ninguém e quer marcar um tempo muito bom. Por isso quando cheguei no Km 2 não tinha nem 10 minutos de prova, e eu já estava morto de cansaço e com uma forte dor na barriga. Peguei uma aguinha e me refresquei, e a seguir diminuí o ritmo. Ao chegar no Km 5, eram passados 29 minutos de prova. Eu me encontrava já mais descansado, e achei que se aumentasse o ritmo na metade final da prova poderia até marcar em 1 hora. Assim, passei pelo Km 6 com 36 minutos, Km 7 com 42 minutos, Km 8 com 48 minutos, Km 9 com 54 minutos, Km 9,5 com 57 minutos e... pelo tempo oficial, cruzei a linha de chegada com exatos 59m54s!

Pra uma corrida de estreia achei que não foi nada mal. Acho que a adrenalina do momento da corrida, a empolgação de estar lá, a animação que o público traz pro evento, tudo isso fez com que meu desempenho na prova ficasse acima do esperado. Fiquei animado para participar de outras competições. E foi assim que tudo começou. Deixo abaixo uma foto da medalha que ganhei nessa corrida. A primeira da coleção.


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Primeiro Post

Sejam bem-vindos ao Diário de um corredor. Criei este blog devido à enorme paixão que tenho pelas corridas de rua, esporte que pratico; e devido à vontade que tenho de registrar e compartilhar os momentos inesquecíveis das corridas que participo. Também pretendo postar informações bacanas a respeito do esporte em si, e se der na telha até mesmo falar sobre competições importantes, como maratonas internacionais e mundial de atletismo

Se você é corredor de rua também, espero que se divirta com meus textos e que possamos trocar dicas de corridas. Se você quer começar a praticar algum esporte, espero que se divirta com meus textos e que este blog te ajude a encontrar inspiração para começar a correr. Se você não pratica corrida de rua, espero que se divirta com meus textos mesmo assim.

Pois bem, comecei a correr em 2007, após uma lesão no joelho jogando futebol. Mas foi só em 2008 que comecei a participar das corridas de rua. Já participei dos 10km A Tribuna FM em 2008, 2009 e 2010, da São Silvestre em 2008, da Volta da Pampulha em 2009, da Corrida Aniversário de São José dos Campos em 2009 e da Meia Maratona de São Paulo em 2010. Vou começar postando sobre estas corridas, ou pelo sobre o que lembro delas.