quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O Rio de Janeiro continua lindo: Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro 2014


Participar da Maratona do Rio em 2013 foi uma experiência realmente incrível. Ainda mais por ter encontrado amigos que hoje moram lá. E um deles, com quem também tive o prazer de correr na Pampulha em 2009, logo demonstrou interesse por voltar a correr. Então sugeri que ele corresse a Meia Maratona Internacional do Rio de Janeiro, que eu até faria o "sacrifício" de acompanhá-lo. E foi assim que surgiu a ideia de voltar à cidade maravilhosa pouca mais de 1 ano depois da minha primeira maratona, em um percurso bastante parecido.


Vale a pena ressaltar que desde 2010 eu cogito participar desta corrida, mas por motivos variados (desde viagem a trabalho até a opção por participar de outra prova numa data próxima) isso nunca era possível. Outro ponto interessante tem a ver com a organização. A Maratona é realizada pela Caixa, enquanto esta Meia é da Yescom, empresa parceira da Rede Globo e que organiza também outras provas como a São Silvestre, a Volta da Pampulha e a Maratona de São Paulo. Aliás, trata-se da maior meia maratona brasileira em número de participantes. Aliás, a Meia é mais famosa que a própria Maratona do Rio, que no entanto é a maior maratona brasileira em número de participantes também. Curioso não?

Não é de se espantar que essas provas sejam tão populares. Com um percurso maravilhoso passando pelas praias da Zona Sul, pessoas do Brasil inteiro e de outros lugares do mundo vêm ao Rio de Janeiro para participar de ambas as corridas. Já na retirada do kit era possível encontrar alguns gringos na fila. Falando em percurso, ele é bem similar ao da Maratona como mencionei. A largada desta prova deu-se na praia de São Conrado, ponto no qual a Maratona já passava pelo km25. Mas daí pra frente o percurso é praticamente o mesmo até chegar no Aterro do Flamengo. Se na Maratona a chegada é logo no começo, na Meia deve-se ir praticamente até o final desta praia e voltar.

A largada desta corrida deu-se às 9 horas da manhã. Fazia muito sol e os termômetros marcavam 25°C. A brisa marítima era agradável e o dia muito convidativo para uma corrida. Embora tenhamos chegado cedo, meu amigo preferiu não se misturar muito no miolo e largar mais para o final. Não é exatamente o que gosto de fazer, prefiro sair o mais na frente possível, principalmente nessas provas com bastante aglomeração. A estimativa era de mais de 15 mil inscritos. Mas como eu não tinha nenhuma meta de tempo, a intenção era apenas a diversão e a preparação para a Maratona de São Paulo, acabei optando por largar mais pro final mesmo. Dada a sirene, foram cerca de 15 minutos para conseguirmos cruzar o pórtico da largada tamanha era a muvuca.

Passada a largada acabei deixando meu amigo e fui fazer meu ritmo. Logo de cara, a grande subida da prova: a Avenida Niemeyer. Nesse ponto na Maratona do ano passado eu cheguei a caminhar, por se tratar de uma subida que, embora leve, era interminável. Vi gente parando para tirar foto, e quando resolvi olhar a paisagem entendi o porquê. Outra coisa que achei muito legal nesse trecho é que diversas crianças estavam acompanhando a corrida ao lado da pista, estendendo as mãos para que os corredores batessem nelas. Resolvi entrar na brincadeira também e bati nas mãos da garotada. Sempre gostei bastante desse apelo popular das corridas de rua. Dá realmente uma energia a mais.
Depois veio a rápida descida até a praia do Leblon. Encontrei-me novamente no local mais difícil da maratona do ano anterior, onde justamente o apoio do público me fez retirar novas energias para continuar na prova. Desta vez isso não foi necessário, e consegui apreciar um pouco melhor a paisagem. Foi realmente bem agradável passar por Leblon e Ipanema. No trecho ligando Ipanema a Copacabana ouvi meu nome: minha namorada e a esposa do meu amigo estavam por ali justamente esperando a gente passar. E então veio Copacabana, com seus prédios altos e famosos. E ali também veio a metade da corrida. Percebi que meu ritmo estava muito ruim. Talvez por causa do calor, talvez por ter saído muito forte no começo, talvez por ter gasto muita energia nas ultrapassagens no começo, talvez por ter viajado no dia anterior, ou talvez pela soma de todos esses fatores. Fato é que eu não estava nos meus melhores dias. Mas enfim, continuava correndo.

Ao final de Copacabana vinha uma curva que levava até o túnel. Nessa avenida tive contato com outro corredor que também havia corrido a Maratona no ano anterior. A gente se "reconheceu" pelo boné laranja característico desta corrida. Ele também estava reclamando do forte calor e da dificuldade de impor um ritmo legal. Desejamos boa prova um ao outro e continuamos, cada qual no seu ritmo.



Veio então o túnel e a praia de Botafogo. Nesse ponto encontrei o Robin e a Batgirl correndo. Aliás, na largada eu havia visto o Batman e o Homem de Ferro também, tendo inclusive passado esse último na subida da Niemeyer. Puxei um pouco de conversa com o Robin também, perguntando como eles aguentavam correr fantasiados naquele calor. Ele também reclamou bastante, e falou que quem estava sofrendo mais era o Batman mesmo, até porque ele era mais gordinho. Também desejamos boa prova um ao outro e continuei no meu ritmo.

Eis que chegamos ao Aterro do Flamengo, e do outro lado da avenida já era possível ver a chegada. Mas ainda estávamos no km16. Nesse ponto o calor realmente apertou, e o ritmo que já era ruim ficou ainda pior. Fiquei bastante cansado e acho que fiz os últimos quilômetros em um ritmo de 8 min/km. Completei a prova com 2 horas e 13 minutos e 02 segundos. Foi de longe meu pior tempo de Meia Maratona. Ah, mas pelo menos consegui chegar à frente do "The Flash", que estava me alcançando na chegada. Ganhar do "The Flash" na corrida não é pra qualquer um. 

Se a intenção era participar de uma prova no calor para me preparar para a Maratona de São Paulo, acho que não passei no teste. Mas de certa forma foi bom para que eu decidisse caprichar mais nos treinos. No entanto, acho que o real objetivo desta corrida era reencontrar meu amigo no Rio e encorajá-lo a enfrentar esse desafio também. E esperar por ele e vê-lo completar a prova foi realmente emocionante e gratificante. Acho que melhor do que atingirmos nossos objetivos, é saber que ajudamos os outros a atingirem os objetivos deles também.

Pra finalizar, segue a tradicional foto da medalha. E que venha a Maratona de São Paulo!