domingo, 24 de novembro de 2019

Cavalo dado não se olham os dentes: Track and Field Run Series Colinas

Organizar corridas de rua tornou-se um grande mercado, e ao mesmo tempo uma boa estratégia de marketing para que marcas de material esportivo pudessem se promover. Não apenas aquelas com foco bastante específico em tênis, como é o caso de Asics e Mizuno, mas também aquelas que comercializam material esportivo de forma mais ampla. Este é o caso por exemplo da Track and Field, que organiza as suas corridas chamadas de "Track and Field Run Series", ou TFRS, sempre nas imediações dos shoppings nos quais possui loja. Dessa forma, fazem a retirada do kit na própria loja (sempre com aquele cupom de desconto camarada para você usar na loja no dia da retirada do kit ou do próprio evento) e utilizam o espaço do estacionamento do shopping para fazer a aglomeração e a dispersão pós-prova. Algo que contribui também para aumentar o movimento no shopping como um todo.

Colocando tudo isso dessa forma, é até curioso que eu nunca tivesse participado de nenhuma edição da TFRS antes em nenhum lugar. Talvez por falta de oportunidade mesmo. Mas a proposta é bem interessante, principalmente tendo em vista que a infra-estrutura de um shopping center fica disponível para os atletas. 

Pra ser bem sincero, eu também não estava pensando em participar de nenhuma prova no primeiro semestre de 2019, pois queria focar em outro projeto profissional que estava me tomando bastante tempo e que inviabilizava treinar de forma adequada para corridas mais longas ou para melhorar meu tempo nas mais curtas. Porém, de forma bastante inesperada, acabei "ganhando" uma inscrição de uma colega de trabalho que havia se inscrito com alguns meses de antecedência para aproveitar uma promoção e depois acabou entrando em conflito com uma viagem dela. Ela acabou me oferecendo a inscrição e decidi aceitar. Mesmo que não estivesse treinando para fazer o recorde pessoal, pelo menos seria uma distração para um domingo de manhã.

Claro que isso gerou alguns fatos curiosos. O primeiro é que a camiseta do kit era do modelo feminino e não era do meu tamanho. Uma pena pois era realmente de alta qualidade. Quem sabe não me inscrevo em uma próxima TFRS para ganhar uma pra mim também? Outro fato curioso é que corri com nome de mulher escrito no meu número do peito. Mas, exceto por um conhecido que encontrei na largada, ninguém deve ter reparado. Ou se reparou, não comentou nada.

Mas, apesar da tecnologia no material esportivo, e dos brindes promocionais presentes no kit (algo que tem se tornado cada vez mais raro nas corridas de rua), chamou minha atenção o fato de o modelo do chip de cronometragem ser do tipo "old fashion", pois era daquele plástico duro com furinhos para você amarrar no cadarço e que você precisa devolver no fim da prova. Algo que vi apenas nas minhas primeiras corridas lá pelos idos de 2008 e 2009, e depois nunca mais. Desde então só tenho visto chips de plástico mais mole e descartáveis, evitando o trabalho de desamarrar o tênis logo após terminar a corrida. Ou até mesmo o chip de cronometragem no próprio número do peito. De todo modo, achei bastante curioso.



Eram 3 modalidades de corrida: 5k, 10k e 15k. Minha amiga havia se inscrito para os 10k, então foi nessa que participei. Melhor assim, eu não estava treinado adequadamente para encarar 15k, e também não gosto muito da distância de 5k. De todo modo, a largada e a chegada eram em conjunto, com as devidas separações acontecendo ao longo do percurso.

Por sinal, não era lá um percurso dos mais inspiradores. Mas também não era de todo ruim. A largada e a chegada aconteceram na rua de trás do Shopping Colinas em São José dos Campos. E depois disso, foi basicamente um vai-e-volta na Via Oeste, uma via expressa de trânsito rápido que conecta dois bairros da cidade. Logo, o fato de fazer um vai-e-volta em um percurso que é quase uma reta de 5km não é exatamente a coisa mais empolgante, muito embora as variações de declividade de fato tornassem a corrida mais interessante. Com relação à paisagem, ela também mudava muito pouco, basicamente com casas de um lado e vegetação do outro. E o interessante é que conforme a gente se afastava do bairro e o cenário tornava-se menos densamente povoado, a temperatura também caía.

Com relação à organização, só tenho o que elogiar pois foi realmente impecável. Tudo muito bem sinalizado, desde a largada até a chegada, passando pelos dois pontos da prova em que havia divisão de percurso devido à distância. A distribuição de água também ocorreu de forma bastante ampla e a cada 2,5km.

No final das contas acabei fazendo o tempo de 53m38s. Muito longe do meu recorde pessoal para a distância. Mas nada mal para quem não estava treinando adequadamente para isso. Claro que o clima frio que encontrei no dia contribuiu para isso.

Talvez a única coisa que eu não tenha gostado muito tenha sido da medalha. Além de não achá-la bonita, a inscrição do local e da data veio dentro de um plástico, e não gravada no próprio metal como acontece em outras provas. Provavelmente é a "medalha padrão" da TFRS que eles aproveitam para vários eventos que eles fazem em diferentes cidades e épocas do ano. Mas, como disse no título desse post, cavalo dado não se olham os dentes.