domingo, 17 de dezembro de 2017

Corrida do Centro Histórico de São Paulo

Achei muito legal a ideia de uma corrida pelo Centro Histórico de São Paulo. Muitos acham que a cidade de São Paulo se resume apenas a ser o centro financeiro do país, sem grandes atrativos turísticos. Mas a bem da verdade, há muito o que se descobrir no centro da cidade. Passeios que muitos paulistanos provavelmente nunca fizeram. Não me julgo um profundo conhecedor da região, mas justamente o pouco que conheço foi o suficiente para me deixar com muita vontade de encarar uma corrida como essa.

A corrida é organizada pelo portal Ativo, que também é parceiro da revista de corrida O2. Eles organizam várias provas em São Paulo, como o Circuito das Estações Adidas, a Meia de Sampa (das quais nunca participei) e as Night Runs, que participei uma vez no Anhembi. Um grupo que costuma organizar bem os eventos.

Retirei o kit na loja da Decathlon no Shopping Center Norte. Um apelo como sempre para a loja realizar a retirada do kit pois estimula o consumo naquele dia. Fazia muito frio e chovia aquela garoa fina do inverno paulistano (a prova foi no começo de agosto). No dia seguinte, não foi diferente.  Fazia realmente muito frio, mas eu sabia que correr de casaco não ia dar muito certo pois eu iria sentir muito calor com a corrida. Decidi então ir com duas camisetas: uma de manga comprida por baixo e outra de manga curta por cima. Assim ajudou também a cortar um pouco o vento. E por mais que a largada fosse às 07:00 da manhã e o frio Sol de inverno ainda nem tivesse aparecido direito, fui com um boné pra proteger a cabeça do vento gelado.

Peguei um Uber para chegar no local da largada, mas foi um belo problema. Além do rapaz não conhecer muito bem o centro, várias ruas estavam interditadas por causa da corrida de tal forma que não dava para chegar muito perto do local da largada. Acabei descendo e indo a pé por um bom trecho. Pelo menos serviu de aquecimento. Ao chegar no local da largada, percebi a bobagem que eu havia feito. A área de concentração era bem na praça do Vale do Anhangabaú, com uma estação de metro bem no meio. Pelo menos usei essa informação para a volta.

Justamente pelo fato de a largada ser em um vale, o início da prova foi claramente em uma subida. E de uma forma geral, achei a prova bem interessante nesse aspecto. Dado o relevo do local da corrida, o percurso foi repleto de subidas e descidas. Muitas vezes de pouca declividade, mas fato é que em poucos momentos me senti correndo no plano. Também não haviam retas muito longas, pelo contrário. Muitas, mas muitas curvas. Isso foi muito interessante do ponto de vista de ter boa variação no percurso, mas por outro lado pode comprometer um pouco a velocidade. Outro ponto negativo foi o fato de todas as ruas serem muito estreitas, o que também dificultava um pouco as coisas, principalmente nos primeiros quilômetros.


Logo após a subida inicial, tomamos a rua Líbero Badaró e fomos em direção à praça Ramos de Azevedo, onde fica o Teatro Municipal. Mas só o avistamos brevemente, logo tomamos outras ruas, nas quais foi possível dispersar um pouco. Logo passamos pela faculdade de Direito do Largo do São Francisco, na frente da qual tinha o primeiro posto de hidratação, por volta do km 2,5. Pouco depois disso, eu estava um pouco perdido até que uma hora reconheci os fundos da Catedral da Sé. Passamos ao lado da igreja e da praça. Para quem não sabe, a praça da Sé é o marco zero da cidade. Todas as distâncias medidas até São Paulo remetem a este ponto de referência.  Ou seja, mesmo uma metrópole do tamanho de São Paulo ainda mantém essa característica tão comum das cidades brasileiras de ter uma igreja e uma praça como marcações principais do centro da cidade.

Seja como for, após a Catedral da Sé passamos ao lado do Mosteiro São Bento, outro ponto turístico do centro da cidade que também está relacionado à igreja. Na sequência, passamos pela Santa Ifigênia, famosa por ser um "point" de comercialização de produtos eletrônicos. No Viaduto havia o segundo posto de hidratação da corrida, perto da marca de 5km.

Seguimos então pela Avenida Ipiranga, passamos pelo famoso cruzamento com a Av. São João e pela praça da República. Ao final desta avenida passamos por alguns dos prédios mais famosos de São Paulo: o Copan (obra de Oscar Niemeyer) e o Edifício Itália, o mais alto da cidade. São passeios muito interessante e bastante recomendados. A vista de cima desses prédios é no mínimo interessante.

A próxima avenida foi a São Luís, e logo começamos a tomar o caminho de volta rumo ao ponto de partida, onde seria também a nossa chegada. Chegamos de frente ao Teatro Municipal. No contorno havia o terceiro e último posto de hidratação, na marca de 7.5km. Na sequeência passamos pelo Largo do Payssandú. Infelizmente devo destacar também que nessa altura da prova encontramos aspectos negativos do centro da cidade, como por exemplo bêbados saindo de casas noturnas e tentando mexer com alguns corredores. Por mais que eu não tenha presenciado nenhuma cena condenável, é sempre uma experiência desagradável.

O ritmo de prova como um todo foi sempre muito bom durante todo o percurso. Não me preocupei muito com o tempo, só queria fazer abaixo de 1 hora. O que ficou claro que eu conseguiria desde os primeiros quilômetros. Mesmo assim, tentei o tempo todo manter um ritmo forte. Corri quase o tempo todo abaixo de 5m30s por quilômetro, o que me projetaria para abaixo de 55 minutos de prova. Mas, para minha surpresa, cruzei a linha de chegada com 50m37s. Achei estranho e quando fui ver, minha marcação estava em apenas 9.57km. Percebi que outros corredores comentavam exatamente a mesma coisa na zona de dispersão. Todos registraram distâncias entre 9.5km  e 9.6km. Acho que os organizadores provavelmente queriam fazer uma prova de 10k, mas talvez não tenham conseguido liberação para utilizar mais ruas de modo a conseguir completar essa distância, por isso fizeram com uma distância quebrada. Tanto é que nem venderam como uma prova de 10k, mas sim como uma de 9k.

De todo modo, concluo apenas que esta corrida foi uma grata surpresa. Legal correr em um dia frio, em uma prova bem organizada, com um percurso bastante variado e ainda por cima passeando por lugares bonitos. Uma prova que sem sombra de dúvidas vale a pena ser encarada.

Para encerrar, como sempre, a foto da medalha.


quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

De volta ao batente: Oscar Running

O ano de 2016 foi marcado por muitas viagens a trabalho, de forma que eu mal consegui me organizar para participar de corridas de rua. Teve ainda o Revezamento da Tocha, as férias que decidi tirar para assistir aos Jogos Olímpicos (e que coincidiram com algumas corridas que eu gostaria de participar), dentre outros fatores. Talvez eu ainda escreve sobre a tocha e sobre a Maratona Olímpica, evento que assisti "in-loco", algum dia. Mas eu não poderia deixar o ano passar em branco. Então, no mês de Setembro, acabei decidindo me inscrever na corrida realizada pela Oscar em São José dos Campos. Trata-se na verdade de uma das corridas mais tradicionais do Vale do Paraíba e da qual eu nunca tinha participado.

A maior loja da Oscar em São José dos Campos fica no Vale Sul Shopping, na Zona Sul da cidade. Por esse motivo, a corrida ocorre justamente nessa região da cidade. A retirada dos kits, como não poderia deixar de ser, aconteceu exatamente na loja da Oscar deste shopping. Também conforme esperado, no kit vinha também um cupom de desconto para usar na loja naquele dia. Uma forma de incentivar que os corredores conheçam e consumam mais daquela loja.



Por ser uma prova realizada no começo de Setembro, não era esperado nem muito calor e nem muito frio para o dia da corrida. E de fato foi isso o que aconteceu: uma manhã com poucas nuvens e um Sol que não chegava a ser escaldante. Pelo contrário, tornava o dia bem agradável. Muito propício para começar a correr.

A concentração para a prova ocorreu dentro do estacionamento do shopping, e a largada deu-se na Avenida Cidade Jardim. Apesar de ser uma das maiores provas da região, achei a aglomeração e a muvuca um tanto normais para as provas que estou acostumado a correr. Mas não era de se espantar, ao todo eram apenas 1.500 corredores inscritos. O calendário de corridas do Vale pode até ser bastante recheado de provas, mas a verdade é que nenhuma delas se destaca muito em número expressivo de participantes como por exemplo a prova da Tribuna em Santos.

Eu não tinha nenhuma meta muito estabelecida de tempo. Sabia que por conta de tantos afazeres não havia treinado muito e estava longe do auge da forma, de tal modo que buscar baixar o recorde pessoal de 50min15seg nos 10km estabelecido na prova da Tribuan em Santos em 2015 era algo absolutamente fora de cogitação. Mas ao mesmo tempo sabia que se fizesse um tempo acima de 1 hora seria muito frustrante pois em treinos normais estou acostumado com um ritmo melhor do que esse.

Por isso mesmo corri despreocupado, tentando aproveitar na verdade o percurso. Não que ele fosse lá muito inspirador: era basicamente ir e volta toda a Av. Cidade Jardim, com uma pequena quebra na Av. Cassiopeia para um "vai-e-volta" de algumas quadras. A propósito, na volta da Cassiopéia já ocorria a divisão entre quem ia correr 5k e quem seguiria em frente rumo aos 10k. No meu caso, da distância mais longa, continuei pela Cidade Jardim no mesmo sentido que estava vindo. Apesar de o percurso passar basicamente por ruas residenciais, sem grandes construções, cartões-postais ou outros atrativos, as ruas bastante arborizadas junto com o belo dia de Sol e a brisa fresca tornaram a corrida bastante agradável. Talvez o que mais chamasse a atenção fosse a sede do Sesi, localizado numa praça na qual fizemos o retorno na Av. Cidade Jardim.

Consegui desenvolver um ritmo bom desde o começo da prova, algo em torno de 5:00min/km. Mas fui cansando ao longo da prova, especialmente na volta que peguei umas subidinhas. No retorno um ex-professor de engenharia que também é corredor acabou me ultrapassando e não pôde deixar de soltar uma piadinha nerd: "vamos lá que está fácil, isso aqui é só cinemática, nada de dinâmica." Mesmo assim, cruzei a linha de chegada com um tempo de 54min28seg, muito bom para minhas expectativas. Tudo bem que a distância aparentemente foi menor do 10k, pelo menos foi o que registrei.

Essa foi a minha única corrida oficial de 2016. Foi o que consegui fazer. Claro que treinei bastante ao longo do ano, até mesmo por uma questão de saúde. Mas acordar cedo, sentir o clima de uma prova, buscar dar o melhor de si em cada passo, cada gota de suor, isso é realmente muito legal. E por mais que tenha sido uma única ao longo do ano, com certeza valeu a pena.

Para finalizar, segue a foto da medalha. Trata-se de um pedaço de uma mandala na verdade. Algumas corridas tem utilizado esse artifício para incentivar as pessoas a participarem de mais provas. A medalha é como se fosse uma parte de um quebra-cabeças, que você precisa juntar com as medalhas de outras corridas para formar a figura completa. As demais provas desse circuito seriam em Taubaté, Guaratinguetá, Mogi e Jacareí. Mas honestamente acabei não animando de participar das demais. Quem sabe algum dia.

Em breve retorno para contar das corridas de 2017...