domingo, 20 de março de 2011

Um retorno para se festejar: XXVI Corrida General Salgado


Na virada do ano costuma-se fazer tudo quanto é tipo de promessa: perder peso, mudar de emprego, comprar um carro, e por aí vai. Neste ano minha promessa foi de completar uma maratona. E por isso comecei a pegar pesado logo na primeira semana. E não é que logo nessa primeira semana do ano tive que parar um treino devido a uma dor insuportável no joelho? Claro que na hora várias coisas se passaram na minha cabeça, inclusive a de que talvez eu tivesse que parar de correr para sempre caso fosse alguma lesão grave. Fui ao pronto socorro, tirei radiografia e o médico disse que devia ser apenas uma inflamação. Receitou um anti-inflamatório e recomendou duas semanas de descanso (ou castigo, se preferirem).

No final de janeiro retomei os treinos, mas senti realmente muita dificuldade no começo. Estava difícil retomar o mesmo ritmo. E o sonho de correr uma maratona ainda este ano parecia cada vez mais longe. Foi nessa época que fiquei sabendo através de um colega do trabalho que é de Taubaté sobre a Corrida General Salgado. Trata-se da maior prova de pedestrianismo da cidade de Taubaté, organizada pela Polícia Militar local. Ok, isso pode não significar muita coisa, até porque o limite era de 1.500 inscritos. Mas seria uma excelente oportunidade de conhecer a terra de Monteiro Lobato, escritor dos livros do Sítio do Pica-Pau Amarelo que eu lia quando criança.

Já no sábado fui a Taubaté com minha namorada para retirarmos o kit no Batalhão da PM, logo em frente à linha de chegada. O que mais me chamou a atenção é que os trófeus destinados aos vencedores da prova estavam ali expostos ao público, coisa que nunca vi em nenhuma outra corrida de rua. Uma pena que não estava com minha máquina fotográfica na hora para registrar. O kit da prova era simples: apenas a camiseta oficial na cor vermelha e um protetor solar. Depois ainda fomos conferir o local da largada. Para finalizar almoçamos em uma excelente cantina italiana no bairro do Quiririm, que fez jus à fama da culinária local.

No dia seguinte, a corrida! A largada aconteceu na Av. do Povo. Trata-se de uma avenida de mão dupla com canteiro central, na qual um dos lados era coberto por uma estrutura metálica. Do lado da rua, suportando a estrutura metálica, havia também uma arquibancada a partir da qual muitas pessoas assistiam à largada. Deixo aqui no parágrafo da largada minha única queixa com relação à organização da prova, pois ela consistia de uma corrida de 10km e uma caminhada de 5km, mas não houve separação entre as modalidades. Desta forma muitos caminhantes posicionaram-se bem à frente, o que acabou atrapalhando (e muito) o fluxo de corredores que vinham logo atrás. Poderiam ter sido criadas duas áreas de largada diferentes, com os corredores à frente e os caminhantes atrás. Pelo menos melhoraria bastante a largada, que já é bagunçada por natureza.

Passada a largada, a corrida prosseguiu passando por pontos importantes da cidade, como por exemplo as sedes da Universidade de Taubaté (Unitau) e da prefeitura municipal. Também passamos em frente a um parque pequeno, mas com marcações de distância e que possivelmente é usado por alguns corredores para treinos. Passei pelo km 2 com 10m30s; e pelo km 5 com 27m30s. O ritmo estava bom, mas eram muitas as subidas e descidas. Na altura do km 6 retornamos à Av. do Povo e passamos pelo outro sentido, infelizmente do lado dos banheiros químicos.

Como já mencionei, a corrida foi dotada de muitas subidas, mas a campeã foi a da Av. Walter Thaumaturgo, entre os km 6 e 7. Foi exatamente nesse ponto que fui ultrapassado por um pelotão da Força Aérea, com todos os membros correndo na mesma passada e entoando gritos de guerra para manter o ritmo. Na altura do km 8 corremos numa rua paralela à Via Dutra, e a fumaça dos veículos que passavam atrapalhou um pouco a respiração. Após entrar na rua seguinte, pude ouvir uma senhora de meia-idade que acompanhava a corrida da calçada dizer: "Nossa, que coragem correr isso tudo!"

Logo cheguei à Av. Independência e dei um sprint final para terminar a corrida em 57m58s. Longe de ser o meu melhor tempo para provas de 10km, mas muito bom considerando-se todas as subidas que tive que enfrentar no percurso e o fato de eu estar apenas retornando de uma lesão no joelho. Pouco após cruzar a linha de chegada, a organização trocou o Rebolation pelo Tema da Vitória do Ayrton Senna na caixa de som. Também pude encontrar um conhecido do trabalho que estava feliz da vida por ter completado sua primeira prova de 10km. E com um tempo excelente: 52 minutos!

Devo acrescentar aqui dois pontos que me chamaram muito a atenção neste evento. O primeiro é que os próprios policiais quem distribuíram água durante o percurso, vestindo suas fardas e tudo mais. E não haviam postos fixos de distribuição de água, mas diversos PM's espalhados pelo percurso com água. Claro que em alguns pontos havia uma concentração maior do que em outros. Mas achei isso legal pois praticamente todo momento que senti sede lá estava um PM com um copo d'água na mão. O segundo ponto é que 1 hora após cruzar a linha de chegada recebi um SMS no celular da organização da prova agradecendo minha participação e registrando meu tempo oficial. Algo que também nunca vi em outras corridas.

E com essa corrida eu definitivamente retomo meus treinamentos rumo a novos desafios. A recuperação foi lenta e certamente já descartei a possibilidade de correr a Maratona de São Paulo este ano. O próximo desafio, no entanto, será participar em uma prova que já é bem conhecida: pela quarta vez vou correr os 10km da Tribuna, em Santos. Quem sabe desta vez não consigo um tempo melhor?

Para finalizar, gostaria de deixar aqui registrado um agradecimento especial à minha namorada Marília que me acompanhou nessa corrida e esteve ao meu lado durante todo o final de semana,
exceto é claro na uma hora em que estive correndo. São dela também os créditos pela seguinte foto: