sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Brasil, acima de tudo: EcoHalf Marathon DCTA

Já são 9 anos morando em São José dos Campos. Foi bem pouco tempo depois de ter começado a correr. A maior parte da minha vida de corredor foi aqui. A grande maioria dos meus treinos foi feita aqui. E convivendo com muita gente que também adora corridas, que também vive participando de provas. Mas uma coisa que sempre me deixou intrigado foi porque ninguém havia organizado uma Meia Maratona aqui na cidade. Conhecendo tanta gente que já se aventurou pelas longas distâncias de 21k e 42k, tinha certeza de que público interessado não ia faltar para uma corrida dessas.

Pois bem, em 2017 finalmente alguém enxergou essa possibilidade e lançou uma corrida de rua de 21k aqui na cidade. O local escolhido foi o CTA. Achei apropriado, pois já é uma área com fluxo de pessoas controlado, então não chega a atrapalhar o trânsito da cidade. E é uma área grande o suficiente para a realização de uma prova com distância tão longa.


Logo na chegada ao CTA já deu pra perceber como os funcionários, em grande parte militares, estavam prestativos e atenciosos no recebimento do público. Preocupados claro com o controle de acesso ao local, e ao mesmo tempo orientando para chegar ao local da largada.

O dia amanheceu nublado, com garoa fina por vezes. E fazia frio. Mesmo sendo em Outubro, um mês em que o calor já começa a judiar, fazia frio no dia. O que eu particularmente achei muito bom. Não havia treinado para fazer o meu melhor tempo nos 21k. A ideia era mesmo só me divertir um pouco e prestigiar a primeira prova dessa distância na cidade. Mas claro que um tempo frio em dia de prova é sempre bem-vindo.


A prova começou em um piso de asfalto, em uma das várias ruas que tem dentro do CTA. Mas logo passamos para pista de terra, grama, pedras e por vezes cimento (como passagens de pedestres). Essa variabilidade no tipo de terreno, aliado também a uma altimetria um tanto quanto maluca (muitos sobes e desces) ajudaram a tornar a corrida bastante interessante. Digo isso porque quebrou um pouco a monotonia de sempre correr no mesmo terreno. Por exemplo, a Meia Maratona da Praia Grande, da qual participei em 2010, era composta por basicamente duas retas de 10km cada, o que tornava a corrida por vezes chata.

Outro ponto legal, pelo menos para mim, que já conheço o CTA, foi passar em frente a tantos lugares familiares. Como, por exemplo, contornar a cerca da pista do aeroporto, passar ao lado da aeronave Tucano que fica logo na entrada (e que é possível avistar da Via Dutra), descer até o MAB (Museu Aeroespacial Brasileiro) e ver de perto os aviões que estão lá expostos, contornar o belo prédio da Biblioteca do ITA (obra de Oscar Niemeyer), sem falar na simpática Vila dos Oficiais e nos prédios dos diversos órgãos oficiais que compõem CTA: o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), IFI (Instituto de Fomento e Coordençaõa Industrial), DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), dentre outros que não lembro agora.


Apesar do frio, acabei sofrendo um pouco nessa prova devido à escassez de água. Foram apenas 4 postos de hidratação ao longo dos 21km de prova. Não houve distribuição de isotônicos, gel, esponjas ou qualquer outra coisa que ajude na hidratação ou na sensação do calor, como ocorre em tantas outras meias. Fica como sugestão para as próximas edições.


A verdade é que essa foi a meia mais difícil que corri. Cruzei a linha de chegada com 2h15min, de longe o meu pior tempo nessa distância. Muito provavelmente porque eu não tenha treinado adequadamente, reconheço. Talvez pela falta de hidratação, pois contava com isso durante a prova. Talvez pelo percurso em si, que cheio de subidas e descidas e mudanças no tipo de terreno fatalmente aumentavam a dificuldade. Seja como for, a experiência de correr no CTA foi sem dúvida muito boa.

Finalizo com a foto da medalha, como sempre.