terça-feira, 25 de outubro de 2011

Trabalhando em equipe novamente: Maratona de Revezamento Pão-de-Açúcar 2011

Quem tem me acompanhado nesse blog deve saber que participei da Maratona de Revezamento do Pão-de-Açúcar com alguns colegas de trabalho em 2010. Conforme eu descrevi no post daquela prova, montamos um octeto e cada um de nós correu a distância de 5,25 km.

Pois bem, este ano a ideia de montarmos uma equipe para a Maratona de Revezamento continuou de pé. Mas com algumas diferenças. Em primeiro lugar conseguimos reunir mais adeptos à causa das corridas de rua. Além disso, algumas pessoas (incluindo eu) estavam dispostas a correr distâncias maiores, como a dos 10,5km. No fim das contas montamos três equipes diferentes, sendo um octeto e dois quartetos.

Eu fazia parte de um dos quartetos, junto com 3 dos integrantes da equipe do ano passado: Anderson, Lucas e Isabel. O Anderson já é corredor há bastante tempo. Inclusive foi ele quem me recomendou participar da Corrida General Salgado em março deste ano. Já o Lucas e a Isabel, apesar de praticarem esportes com frequência, nunca haviam participado de uma corrida de 10km e queriam aproveitar esta oportunidade para fazê-lo. Percebi que isso deve ser meio comum nas provas de revezamento: pessoas que nunca percorreram uma dada distância dispostos a fazê-lo, combinado com outras que já são mais experientes nesse quesito.

Devo comentar também que inicialmente eu seria o responsável pela retirada dos kits da prova em São Paulo. No entanto, um mega-engavetamento na Rodovia dos Imigrantes me manteve preso na Baixada Santista neste dia. Após muitos telefones aos colegas explicando o problema, eis que o trabalho em equipe surte efeito. Aliás, um trabalho envolvendo outras equipes, uma vez que o Stefan, membro do outro quarteto, quem conseguiu retirar nossos kits.

Passado esse susto, tudo certo para a corrida. Neste ano me voluntariei para iniciar a prova. Ao contrário da prova fria e nublada no ano passado, desta vez o dia amanheceu com céu de brigadeiro e prometendo muito calor. Na largada, às 7 horas da manhã, a brisa fresca matinal era mais do que convidativa para uma corrida de rua.

Nos momentos que antecediam a largada um apresentador estava ao microfone entrevistando as pessoas e falando muitas bobagens. Assim como na São Silvestre, muita gente vai correr fantasiada nessa prova. E o apresentador ia atrás destas pessoas. Também não preciso dizer que os fantasiados me fizeram comer poeira. Seja como for, o mais legal de ter participado da largada foi a oportunidade que tive de ver o Marílson Gomes dos Santos dar uma entrevista ao vivo. Ele estava correndo pela equipe do próprio Pão-de-Açúcar, que venceu a prova na categoria de octetos.

Eis então que largamos. Meu tempo previsto era de uma hora, afinal como primeiro atleta eu percorreria uma distância um pouco maior, de praticamente 11km. O percurso era o mesmo do ano passado, mas desta vez eu teria que percorrer uma volta completa no circuito, ao invés da metade que percorri no ano passado. Devo também frisar que ano passado corri o trecho dos corredores pares, no qual predominam descidas. Desta vez tive que encarar também algumas subidas no trecho inicial.

Apesar de muita gente, a largada foi até que tranquila e logo encontrei meu lugar na prova. O trecho inicial dentro do Parque Ibirapuera transcorreu sem problemas e logo em seguida vieram algumas subidas. Por um momento achei que meu ritmo estava diminuindo, mas tão logo as subidas terminaram eu consegui engrenar um ritmo forte novamente. Lá pela metade do circuito havia a separação entre equipes de 8 atletas para fazerem a primeira troca e as demais equipes. Pessoas da organização gritavam sem parar quem deveria ir para cada lado. Uma vez que as equipes têm as cores azul (duplas), verde escuro (quartetos) e verde claro (octetos) algumas pessoas se confundiram. Por que ao invés de duas tonalidades de verde não fizeram uma modalidade na cor vermelha ou amarela? Vai entender essa organização.

Ao final de minha participação arranjei energias para dar uma arrancada final. Completei 10km em pouco mais de 54 minutos, entrei no portão de troca com 58 minutos (momento no qual o chip oficial parou de cronometrar) e finalmente passei a pulseira para o Anderson com 1 hora de prova. Depois disso encontrei o Lucas e a Isabel. Ficamos conversando enquanto eu tomava meu isotônico.

A corrida prosseguiu com as trocas subsequentes entre Anderson e Lucas e finalmente Lucas e Isabel. Nesse meio tempo, enquanto conversava com os amigos que não estavam na pista, encontramos também o outro quarteto de colegas. Fiquei com pena da Isabel por ter sido a última a correr, tendo largado pouco antes das 10 horas da manhã quando o sol já se tornava escaldante. Mas sem problemas, ela terminou a prova cravando um tempo de 3 horas e 43 minutos para a nossa equipe. Melhor até do que nosso próprio tempo do ano passado, de 3 horas e 49 minutos. Claro que com esse tempo nem sonhávamos em conseguir prêmio algum, mas o fato de termos melhorado a marca do ano anterior sem dúvida foi gratificante.

Infelizmente não conseguimos tirar uma foto de todos reunidos que nem no ano passado. Mas sem dúvida a manhã de domingo valeu a pena. E não só para a nossa equipe, afinal estima-se que 35 mil pessoas ao todo tenham participado desta corrida. Depois da prova ainda ouvi muita gente dizer coisas como: "Nossa, que legal, uns amigos meus também correram!"; ou então: "Por que precisavam fechar a 23 de maio para essa corrida idiota?" Seja qual fosse a reação, isso era apenas uma amostra da magnitude e da repercussão do evento.

Independentemente de quaisquer falhas na organização, parabéns ao Pão-de-Açúcar pela iniciativa e pelo sucesso da prova, reunindo milhares de pessoas (muitas delas novatas) para a prática de um esporte e buscando melhor qualidade de vida em um domingo de manhã. Essa é sem sombras de dúvida uma corrida admirável.

Para finalizar... isso mesmo, a fotinho da medalha! Ano que vem tem mais? Quem sabe? Quem sabe não volto para correr meia-maratona em dupla com mais algum maluco?