domingo, 16 de dezembro de 2018

10 anos correndo: 10km da Tribuna 2018

Pense em como era sua vida há 10 anos atrás. Tente se lembrar onde você estava morando. O que fazia da vida. Quais eram as pessoas com quem convivia. Pois é, muitas coisas mudam em 10 anos. Outras continuam iguais. No meu caso, em 10 anos eu me formei, comecei a trabalhar, mudei de cidade, mudei de casa, e finalmente, casei. Foram muitas as mudanças que aconteceram comigo nessa última década. Mas tem uma coisa que comecei a fazer há 10 anos atrás e que posso afirmar que mudou minha vida de verdade, que é a corrida de rua. Algo que começou despretensiosamente, mas eu logo "fui picado pelo bichinho da corrida", tomei gosto pelo esporte e enfim se transformou no meu hobby.

E quando digo hobby, quero dizer quase como uma segunda profissão. Algo que faço religiosamente toda semana, sem que ninguém me obrigue a fazê-lo. Corro pelo puro prazer da corrida. Comecei com a prova mais tradicional do pedestrianismo santista, os 10 Km da Tribuna, evento que pára a cidade inteira. Daí pra frente fui aumentando as distâncias: São Silvestre (15k), Pampulha (18k), Meia Maratona (21k) até finalmente atingir a tão sonhada Maratona de 42k.

A partir de então comecei a traçar algumas metas, como por exemplo correr a 100a. edição da Corrida de São Silvestre, que acontecerá somente em 2024. Uma outra meta, ou na verdade um compromisso, que coloquei para mim mesmo era o de correr novamente a prova da Tribuna no ano de 2018, pois seria a comemoração "oficial" do meu décimo aniversário como corredor. E lá fui eu.

A corrida de 2008 era uma grande novidade. Senti aquela ansiedade imensa na véspera da corrida e também nos momentos que antecediam da largada. Pequei pela falta de experiência e forcei muito no começo, mas consegui concluir no tempo que havia estabelecido como meta. Sem sombra de dúvidas cruzar a linha de chegada naquela ocasião foi uma emoção que, por mais que tente transcrever em palavras, é simplesmente indescritível.

Passados 10 anos, lá estava eu alinhando pela sétima vez para participar da prova da Tribuna. Algumas coisas mudaram desde então. O chip por exemplo, que antes era uma placa rígida de plástico que devia ser amarrado no cadarço e depois devolvido à organização, passou a ser uma placa mais flexível de plástico que não precisava ser devolvido à organização, até ter chegado ao ponto que encontrei na prova desse ano, que estava acoplado no número do peito. Detalhe: chip no número do peito foi a primeira vez que vi em uma prova.

O percurso continua basicamente o mesmo. Houve uma pequena alteração em 2012 logo no começo da prova, nas ruas que ligavam a saída do túnel à Av. Ana Costa. Nessa mesma avenida, o novo percurso passou a correr na mão contrária, de forma a liberar acesso a um hospital. Mas fora isso, é exatamente igual ao que já estou acostumado, bem plano e com longas retas, o que o torna um dos percursos mais rápidos da categoria.

Por outro lado, achei que a quantidade de bandas e grupos musicais se apresentando esse ano foi menor do que em outros anos. Talvez o número de participantes também tenha caído um pouco. Nas edições anteriores, a revistinha que acompanha o kit sempre mostrava o número de participantes, em número crescente ano após ano, tendo chegado até a 20 mil. Nesse ano não vi a informação em nenhum lugar. De todo modo, a minha percepção subjetiva é que essa continua sendo uma prova com muitos milhares de participantes. E mais do que isso: o apelo popular continua enorme, com muita gente nas ruas acompanhando e incentivando os corredores, um grande estímulo principalmente aos mais novatos. E é justamente esse o principal motivo que torna essa corrida tão especial.

Eu não tinha uma meta específica de tempo para esse ano, pois não fiz nenhum treinamento específico para a corrida. Terminei com 51m39s. Não foi o meu melhor tempo, mas ainda assim foi muito melhor do que o que eu estava esperando. Claro que 10 anos depois, após ter participado de inúmeras outras corridas, a emoção de cruzar a linha de chegada é diferente. Mas mesmo assim, correr continua sendo minha atividade física preferida, aquela que mais me dá prazer em realizar.

Ao longo desses 10 anos, foram 33 provas disputadas. Dessas, 2 foram maratonas e 7 foram meia-maratonas. As demais ficaram distribuídas em distâncias menores, embora a grande maioria fosse mesmo de 10k. Com esse número, acho que é uma boa meta tentar chegar em 100 medalhas, nem que eu leve mais 20 anos para conseguir fazer isso. E depois de atingir a meta, que tal dobrar a meta e chegar a 200 medalhas?

Por falar em medalhas, termino esse post da mesma forma que sempre fiz nesse blog, com a medalha da corrida. No caso, com a foto da 34a. medalha da minha coleção.