segunda-feira, 19 de julho de 2010

Paixão pelas corridas: 10km da Tribuna 2010


Quem lê este blog desde o primeiro post já deve ter percebido que essa é a minha prova favorita. Foi a primeira corrida que participei, a primeira que repeti a dose, e no ano em que a prova completava 25 anos de existência eu definitivamente não poderia ficar de fora. Ainda mais por ser na cidade de Santos, local onde nasci e morei até atingir a maioridade; e para a qual sempre gosto de voltar.

Devido ao aniversário da prova, este edição foi especial. Logo quando peguei o kit já senti a diferença: ele veio embalado em uma sacola de pano muito útil. A camiseta laranja também estava muito bonita. Ganhei uma garrafinha de água em "formato ergonômico": ela tem um buraco no meio, ideal para você segurá-la com uma mão enquanto está correndo. Mas o melhor do kit, na minha opinião, foi a revista comemorativa. As reportagens contavam a história da prova, a criação e evolução do evento em número de participantes, estatísticas da premiação, entrevista com o prefeito, entrevista com o Marílson (maior vencedor da prova e atual campeão), fotos de edições anteriores, além de uma matéria pra lá de interessante com alguns atletas amadores que já participaram diversas vezes da competição. A que mais me chamou a atenção foi a do Cabo Silva, que correu na primeira edição da prova e continua participando até hoje, com 81 anos de vida.

Uma novidade que eles usaram na prova foi a divisão da área amadora por zonas de tempo. No ato da inscrição você deveria informar se o seu tempo de prova estimado estava abaixo ou acima de 1 hora; e dependendo desta informação você ganhava uma pulseira azul ou vermelha. Na hora de se posicionar para a largada, os fiscais verificavam se todos estavam entrando com chip e com a pulseira para a área correta. Não chega a ser uma inovação pois isso já havia sido feito na Meia Maratona de São Paulo; mas com certeza ajudou a organizar a bagunça da largada.

Quando me posicionei para a largada fiquei ao lado de um cara que estava com mochila. Resolvi puxar papo, e perguntei se ele ia correr com aquela mochila pesada. Ele disse que gostava mesmo era de corrida de aventura, no meio da mata. E que nessas ocasiões a mochila é imprescendível, por isso que sempre corria com ela. Estava ali encarando a prova da Tribuna como "treinamento". Ele mostrou que carregava frutas e um litro de isotônico lá dentro. Seu nome era Fernando. Certamente uma figura marcante.

Veio então a largada para os 15 mil atletas, com direito a balões de gás Hélio coloridos soltos no céu e rojões, como não poderia deixar de ser. A largada foi mais tranquila, com muita gente rápida imprimindo ritmo forte logo no começo. Consegui me segurar e manter meu ritmo. Logo após a primeira curva, tomei o túnel da direita por estar mais vazio, ao contrário dos anos anteriores. Na chegada à Av. Ana Costa peguei um copinho de água apenas para molhar a boca. O resto joguei no rosto para refrescar. Em alguns dos outros postos de hidratação repeti o gesto, de forma que em nenhum momento me senti pesado ou precisando de hidratação.

Ao final da Ana Costa, virando na Av. Francisco Glicério, pouco antes do km 4 da prova, vi minha ex-professora de Química no colegial no meio do público que acompanhava a prova. Gritei seu nome, acenei e ela devolveu o gesto. Realmente muito legal.

A prova seguiu como sempre. Gostei bastante de ver novamente a bandinha tocando perto do km 6. Aliás, nessas alturas da corrida duas coisas me chamaram a atenção no público. Uma delas foi algumas pessoas segurando uma faixa escrito "Vote em Branco", fazendo uma alusão às eleições gerais desse ano. A outra foi que em dois pontos diferentes encontrei pessoas vestindo a camisa da seleção espanhola de futebol. Um dos caras estava até com uma bandeira da Espanha. Um sinal de que eles realmente estavam confiantes para a Copa do Mundo. Havia também muitas bandeiras e camisas do Brasil e do Santos, que vivia um grande momento na final do campeonato paulista na época; mas camisas e bandeiras da Espanha foi algo realmente surpreendente.

Na chegada ao canal 5 novamente encontrei o chuveiro da Sabesp, no qual aproveitei para me refrescar. A seguir veio o trecho da praia, que é o Grand Finale. Sim, porque é nesse trecho que o público é maior, que a paisagem fica mais bonita e que, apesar da dor e do cansaço, você tira energias para correr ainda mais e completar a prova.

No ano anterior eu havia completado com o tempo de 50 min 49 seg; uma melhora significativa para os 59 min 54 seg de 2008. Dessa vez eu sabia que não estava tão bem quanto em 2009 e que não melhoraria a marca. Foram muitos problemas nos treinos, muita falta de ritmo. Nos meus treinos a melhor marca havia sido 57 min; de forma que eu esperava fazer algo em torno de 55 min. O tempo de 52 min 36 seg pra mim foi uma surpresa muito agradável. Foi pouco acima da melhor marca, e muito abaixo do que eu esperava. Uma prova de que no dia da corrida, com o apoio do público e o calor da competição, a gente realmente se supera.

E o melhor de tudo foi encontrar minha família me esperando na chegada. Todos muito felizes, assim como eu. É nessas horas que a gente percebe que correr é algo realmente apaixonante. Espero ainda participar da prova da Tribuna por muitos e muitos anos. Como já é de praxe, deixo aqui a foto da medalha desta edição.