quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Do que eu falo quando falo de corrida

Haruki Murakami não é um corredor profissional como o Marílson, mas sim um corredor mediano cujo objetivo não é ganhar prêmios e dinheiro com corridas. É na verdade alguém que resolveu adotar a corrida de rua como um hobbie, uma atividade de lazer, e não fazer da corrida a sua profissão. Murakami é um famoso escritor japonês cujos livros já foram traduzidos em diversos idiomas, inclusive em português.

Agora imagine você: se alguém que nem escritor é já gosta de montar um blog só para falar de suas corridas, o que dizer de quem é escritor profissional?

O fio que conduz boa parte da narrativa são os treinamentos do autor para a Maratona de Nova Iorque. Ele vai tecendo comentários sobre como é sua preparação para as corridas, como é sua forma de treinar, seus locais favoritos para treinamento, entre outras coisas.

Claro que o autor conta sobre sua trajetória também, desde quando era dono de um bar de jazz até ter virado escritor. E o mais interessante é o paralelo traçado entre escrever romances e correr maratonas. Em ambas as atividades é necessário muita determinação e perseverança, mas é preciso também saber dosar as energias de forma adequada.

Murakami expõe alguns de seus pensamentos a respeito de corrida com relação a outros esportes. Explica o por quê de ter escolhido corrida e não um esporte coletivo ou uma arte marcial por exemplo. E também conta sobre uma síndrome chamada por ele de "Runner's Blues", ou a falta de motivação encontrada em corredores veteranos, que muitas vezes leva-os a buscar outros desafios como o triatlo.

Sempre muito bem-humorado, Murakami conta algumas passagens interessantes de sua carreira, como quando fez o percurso de Atenas até Maratona sendo acompanhado por uma van quando escreveu uma matéria para uma revista especializada. Ou então de uma ultramaratona (prova de 100km) da qual participou no Japão. Ou mesmo da Meia Maratona de Boston, da qual resolveu participar como "aquecimento" para a Maratona de Nova Iorque.

Num momento no qual tive uma inflamação no joelho e fiquei algumas semanas de gancho sem correr, e principalmente no retorno lento e gradual aos treinamentos, a leitura deste livro certamente foi um fator altamente encorajador para que eu continuasse firme e forte nos treinamentos. Mesmo tendo tido este problema, já estou inscrito para uma prova de 10km no mês que vem e não desisti da idéia de correr uma maratona ainda este ano.

Em suma, é uma leitura fortemente recomendada aos que buscam um estímulo para começar (ou voltar) a praticar corrida.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A foto da Contra-Relógio


A foto deste post foi tirada durante a Meia Maratona de São Paulo 2010, prova da qual participei. O local é o Minhocão, e uma vez que eu ainda estava ao lado do Adriano (de regata laranja na foto) posso concluir que foi lá pelo km 3 da prova. Digo isso pois pouco após essa marca o Adriano disparou e só nos reencontramos mais tarde na linha de chegada. Mas o que realmente me surpreendeu foi depois saber através do próprio Adriano que aparecemos tão claramente numa revista especializada sobre corridas de rua e de grande divulgação como é o caso da Contra Relógio.

Confesso que até então eu nunca havia sequer lido uma edição da Contra Relógio, muito embora diversas pessoas já tivessem me recomendado tal leitura. Quando fiquei sabendo desta foto já estávamos no mês de setembro, e a revista em questão era a edição de abril. Solicitei um número atrasado e recebi pelo correio. Na verdade a foto não veio na revista, mas em um encarte separado contendo todos os resultados da Meia-Maratona de São Paulo. Procurei meu nome e obviamente ele estava lá no encarte.

A revista é muito boa. Dá dicas de treinos, alongamentos, alimentação, coberturas de grandes corridas, entrevistas com corredores profissionais, tudo o que uma revista especializada deve ter. Na minha opinião o diferencial desta revista foram os relatos de corredores anônimos, assim como eu, que escrevem para a revista contando suas experiências em provas pelo Brasil e pelo mundo. Esse tipo de relato geralmente é bem-humorado e nos deixa com mais vontade ainda de participar das provas descritas.

Gostei tanto da revista que em dezembro comprei outro número. E o legal é que junto com a edição de dezembro veio um calendário com as principais corridas de rua do Brasil e do Mundo. Excelente para começar a traçar os objetivos para o Ano Novo. Mas por enquanto, estou só no treino mesmo. E na leitura...