domingo, 7 de novembro de 2010

Minha primeira corrida noturna: Oscar Running Night

Um belo dia, estava eu em casa sem fazer nada e passando os canais, deparei-me com o programa "Vamos Correr" do canal ESPN Brasil. Trata-se de um programa de meia hora sobre corridas de rua, no qual eles realizam algumas reportagens sobre treinos e outras com a cobertura de eventos. Naquele dia, o programa fazia uma reportagem sobre a Fila Night Run do Rio de Janeiro, com chegada na praia (Copacabana talvez, não lembro). Aquela reportagem aguçou-me a curiosidade de participar de uma prova noturna.

Cheguei a trocar ideias com pessoas que haviam corrido a Fila Night Run de São Paulo e que haviam gostado bastante. Ouvi prós e contras. Prós que de noite você cansa menos e consegue imprimir um ritmo mais forte do que numa prova diurna. E contras que pelo fato da visão ficar mais comprometida, é grande a chance de se envolver em algum acidente e se machucar.

Abro agora um pequeno parênteses com relação às corridas noturnas. Mas devo salientar que em junho deste ano fiquei bastante desapontado de não poder participar da Unimed Run 10km em São José dos Campos-SP. Pelo que ouvi dizer, a corrida foi considerada em 2009 como a mais bem organizada prova de 10km do Brasil. E o percurso da prova de 2010 foi modificado, permitindo que os atletas corressem por várias ruas dos bairros Colinas, Esplanada e Vila Ema de São José dos Campos. No entanto, uma virose contraída 2 dias antes da prova fez com que eu desistisse do evento. Um ponto interessante é que estas duas provas, Unimed Run e Oscar Running Night, possuem exatamente o mesmo percurso. E ambas organizadas pela mesma empresa de marketing esportivo (a Avatar). Logo, além de uma experiência noturna, esta corrida apresentou-se como uma excelente oportunidade de realizar uma prova equivalente à que havia perdido em junho.

Eram três provas em uma só: uma caminhada de 5km e corridas de 5km e 10km. Um total de 2.500 participantes. A Avenida Jorge Zarur, logo em frente ao Shopping Colinas, foi o palco da largada e da chegada. A noite estava realmente agradável, com uma brisa fresca e a sensação de que o tempo era ideal para correr. Encontrei diversos membros da equipe de corrida do Pão de Açúcar na concentração antes da largada. Alguns iam pra 5km e outros pra 10km.

A largada transcorreu dentro do esperado, mas com bastante muvuca. Gente mais devagar querendo largar lá na frente, gente mais rápida saindo lá de trás e no primeiro quilômetro parece que cada um ainda está procurando seu espaço. Percebi que estava conseguindo fazer um ritmo bom e aparentemente sustentável: passei pelo km 2 com 9m45s de prova. Já estava até vislumbrando a possibilidade de quebrar meu recorde em provas de 10km, que é de 50m51s.

Mas o recorde morreu ladeira acima. O km 3 da corrida era dotado de subidas enormes. Eram duas subidas bastante íngremes passando por ruas do bairro Jardim Esplanada. Muita gente nas ruas estava incentivando este que foi sem dúvida o trecho mais demandante da prova. Obviamente não consegui manter o mesmo ritmo, e a subida acabou cobrando seu preço: não consegui mais manter o mesmo ritmo ao longo da prova. Mas ainda assim, mantive um passo forte.

Acabei por pegar água em apenas um posto de distribuição, no km 5. Na segunda metade da corrida dei-me conta de um grande erro da organização. Em várias avenidas da cidade o trânsito não foi fechado para a corrida. Apenas 1 ou 2 faixas para os corredores, e o resto para os carros. As vias de acesso também estavam livres. E o trajeto ia fazendo curvas, atravessando cruzamentos, e em diversos trechos o trânsito ficou paralizado para a corrida passar. Dada a surpresa e a raiva de muitos motoristas, e também ao fato de eu não ter visto uma única faixa sequer da prefeitura anunciando que aquela via estaria interditada para a corrida naquele horário (como pude perceber em Santos, São Paulo e Belo Horizonte), imaginei que além do esquema de isolamento não ter sido bem-feito, a corrida também foi muito mal divulgada. Se na prova do Unimed esse problema talvez não tenha aparecido por ter acontecido em uma fria manhã de domingo de inverno, o mesmo não se pode dizer de uma agradável noite de sábado de primavera na qual todos querem sair à rua.

Conforme eu prosseguia no percurso, o trânsito parecia cada vez mais grave. Na altura do km 8, já na Avenida Anchieta, o que eu via era uma fila interminável de carros no outro sentido da avenida. Pelo menos a visão do banhado à noite com as luzes ao longe compensava. Também por ali, já no final da avenida e no começo de uma enorme descida, uma escola de samba animava o final da prova com sua bateria.

Na descida os percursos de 5km e 10km se juntavam novamente. Cones no meio da pista separavam o pessoal da caminhada do pessoal da corrida. Mas como no resto do percurso os cones vinham separando o pessoal da corrida dos carros, fiquei bastante confuso no começo e quase "atropelei" sem querer alguns caminhantes. Também não havia ninguém da organização avisando para os corredores manterem à esquerda. Apenas na reta final, avistando o pórtico de chegada, a organização mandou separar corredores e caminhantes de 5km dos participantes de 10km. Cruzei a linha de chegada com 54 minutos exatos.

Apesar dos pesares, foi uma experiência diferente e divertida. E novamente reencontrei os colegas da corrida de revezamento na chegada. Segue abaixo uma foto minha com os colegas Turetta, Alana, Maria Tereza, Marcelo, Stefan e Patrícia. Logo a seguir, como de praxe, uma foto da medalha.